Um mago a beira de uma fogueira
Admirando a noite
Se lembrando do que é realmente escuridão
Uma aprendiz à sua frente
- O que a traz aqui? - O mago pergunta
- Minhas asas...
- Para que as espadas?
- Levar sua cabeça?...- Um sorriso brinca em seus lábios...
Olhos que sugam a luz... A capa do mago se move preguiçosamente como se fosse tecida de escuridão...
-Um truque interessante de se ver, porém improvável...
De dentro da noite, além da fogueira, uma garra surge acariciando a nuca da aprendiz derramando uma fina linha de sangue pelo seu pescoço...
- Ainda não aprendeu nada sobre senso de humor depois desses anos? Que vergonha intimidar meninas indefesas...
- Eu não te intimidei.
Um raio cruza o céu e por um instante ficam visíveis um grande dragão prateado às costas da aprendiz e um colossal dragão de sombras ao redor do mago, da aprendiz, do acampamento e até mesmo ao redor do outro dragão.
- Viu! Agora eu quis te intimidar, você consegue notar a sutil diferença?
- Sutil? E eu achando que você não tinha senso de humor... Estou voltando quer alguma lembrancinha?
- Sua cabeça me parece o suficiente...
- Pode ser mas ela estará em cima do pescoço
- Um defeito de fabricação quase imperdoável...
O mago se levanta e vai andando lentamente... Duas espadas surgem, uma cortando sua cabeça a outra separando seu abdômen...
- Nunca dê as costas a um inimigo ou a uma bruxa. Pior ainda a que está armado, se for uma quase inimiga, bruxa e armada, má ideia...
Silêncio...
A imagem do mago se dissolve como uma sombra...
- Por que eu sou o mestre e não você? - Veio a pergunta com uma voz poderosa que ressoava na mente e não nos ouvidos, uma voz que a fez se ajoelhar sem saber ao certo porque...
- Você é velho? Chato e se acha o máximo?
Os olhos do dragão brilham, o jovem dragão de prata se vê preso em uma ilusão
- Porque você pode até ser uma bruxa... Mas eu... Eu sou um DRAGÃO.
O dragão negro levanta voo e para surpresa da pequena bruxa era dia, as asas do dragão é que tapavam o sol.