domingo, 17 de setembro de 2017

A mais bela

Pelo mundo já viajei
Mas nenhuma de maior encanto
Entre o céu e a terra encontrei.
E essa noite
Mais uma vez te encontrarei
Mais uma vez em teu abraço
Me perderei
E do mundo esquecerei

De pele clara
E um sorriso gentil
Mais que é capaz

Capaz do inferno congelar
Do céu abalar
E o coração deste vadio poeta... conquistar.
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Mas não sou eu quem essa tão bela dama deseja. E como em todas as outras noites. Vamos dançar, tecer magia ao baila e aos nossos caminhos retornar...

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Espirito do luar

Então te encontrei.
Bela e esguia,
Olhando para para os casais
A dançar

De longos cabelos castanhos
Olhos misteriosos
Uma linda dama com a pele
A pele da cor do luar

Como espíritos do vento
Começamos a dançar
Sem peso, sem corpos
Fomos mais leves que o ar

No meio de um passo
Meu carinho em seu rosto
Minhas intenções revelar

O bastante para te desconcentrar
Seu giro desequilibrar
E seu cotovelo em meu rosto acertar
Minha nuca                                                                                                                                                                      
Em um abraço fechado
Ela me puxar
(ainda bem, porque o chão estava a me chamar...)

Ao final da musica.
Minha nunca estava a sangrar
Mas aquela linda dama...
Ela... Ela parecia brilhar

domingo, 3 de setembro de 2017

Noites (Texto revisado)

Noites de livros e solidão
Noites de pergaminhos e exatidão
Noites. Apenas mais uma noite

Em que nada vai mudar.
Em que nada vai acontecer
Apenas o tempo estagnado
Apenas o dia que volta a anoitecer

Mais um dia...
Apenas outra noite...
Sem você...

Apenas mais uma noite de quem finge que não ama mais você

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A Dama de Ébano

Em uma sala de aula de dança. Perto do fim da aula dois dançarinos estão sentados no chão, encostados na parede. Cansados, suados e com dores, conversam calmamente. Um observa um casal, avido por um movimento que ele possa roubar imitar. O outro avido por um olhar, um sinal, de qualquer garota bonita que ele espera que o possa notar.
Os olhos deles caem sobre a mesma garota. A dama de Ébano. Uma linda dançarina, de pele negra, olhos escuros, corpo voluptuoso, um modo sensual de caminhar, de andar. Seria ela a mais bonita ali? Talvez, se não fosse seu gênio de tempestade. Séria a melhor dançarina? Se algum dia ela se deixar conduzir... Quem sabe...

- Por que não gosta dela? Ela é linda. Negra, corpo escultural, cabelo cacheado e aqueles olhos que me desconcentram -- Falou o primeiro com certo ar sonhador.
- Não encaixamos. Digo sabe química. Quando você conhece alguém e gosta, o abraço é perfeito. Você sabe que vão dançar bem assim que abraça, temos exatamente o oposto. Ela dança muito bem com qualquer um. Mas não comigo. Sim eu sei metade da culpa é minha.
- Eu dançaria, mas ela sempre reclama do ritmo. Não consigo acompanha-la. Sempre travo e passo vergonha. Na verdade ela se irrita se o movimento não for perfeito. Você já consegue então me represente.
- Se eu olhasse para o corpo dela como você o faz, realmente não conseguiria nem o passo mais básico. Mas ela gosta ainda menos de mim que de você.  Você viu a cara de profundo desagrado da ultima vez.
- A primeira vez ela te largou no meio, da ultima ela só te detestou, mas não te largou já uma evolução.
- Olha já dancei com mais de 500 damas, e ela foi a que eu menos gostei. Por que em nome da Deusa eu voltaria a dançar com ela?
- Porque meu caro se você for capaz de dançar bem com ela. Será capaz de dançar bem com qualquer uma. Afinal ela te odeia você a detesta. Então você e ela estão em outro nível.
- Sim para mim dança é a junção de técnica e emoção. Se a emoção atrapalha a técnica, então se eu dançar bem com ela, minha técnica vai evoluir.
- Sem falar que ela é linda.
- Sei sei. Nada é fácil!
- Você quem disse. Se for o caminho fácil, certamente é o caminho errado!

A musica começou.
Rumo à musa de ébano. 
O dançarino caminhou

Conflitantes sentimentos
Os olhos cruzar
Mesmo assim
Juntos eles começaram a dançar

Ele sorriu
Era uma dança
Era uma musica
Era uma dama
E ele precisava bailar



Concentração, tensão.
A consciência de cada movimento
A exatidão de cada momento
Do ritmo exato
Do passo preciso.

Ao terminar,
Parecia que o peso do mundo 
Saíra de seus ombros
Uma coisa é dançar
Outra é cada mínimo movimento controlar.

Para ele dançar é tecer poesias
Dessa vez foi uma parnasiana.
De métrica e rima
Porém um tanto fria e sem emoções

Ao fim da musica os rostos estavam quase colados... Ele ainda sorria e o rosto dela era quase bonito aos olhos dele. Porém algo a irritava. Não foi tão ruim quanto da ultima vez, mas ainda falta muito para ser bom. Se ele dançou bem. Não saberei dizer,
E mesmo infeliz ele decidiu, com aquela dama de ébano muitas vezes mais ele iria dançar. Não era ela com quem ele queria dançar, mas certamente ela o ajudaria a melhorar, mesmo sem saber. Por teimosia ou orgulho, ele decidiu fazer aquela dama sorrir enquanto dança.


Mesmo que isso leve o tempo que parece que vai levar...