segunda-feira, 31 de março de 2014

Parado com o mar, o vento e a bruxa.

  Sentado na praia. Escutando o vento. Sentindo o mar. Triste. Pensando. Alguém ao meu lado. Ela parece tão triste quanto eu...
Bruxa Prateada - Mais triste que o mar...
Dragão - Mais triste que o vento...
Bruxa Prateada - Por que fugiu?
Dragão - Para me encontrar...
Bruxa Prateada - Conseguiu?
Dragão - Não.
  Ela deita na minha perna. Me oferece uma cerveja. O sol nasce a nossa frente.
Bruxa Prateada - Pensei que rejeitaria de cara.
Dragão - Estava perdido. Preciso do emprego, pensei que poderia me curvar. Estava errado.
Bruxa Prateada - Que bom, você entendeu. Dragões não se curvam.
Dragão - Há muitas coisas que mudam.
Bruxa Prateada  - Você? Você não mudaria nem por ódio nem por amor.
Dragão - ...
Bruxa Prateada  - Talvez, quando você morrer... Ou quando ver um filho seu nascer...
Dragão - Quem sabe.
Bruxa Prateada  - Já decidiu o que quer?
Dragão - Não...
Bruxa Prateada  - Para quem não sabe o que quer... Qualquer coisa pode vim. Qualquer pode ser ruim ou péssimo com a sua sorte.
  Ela se levanta, me circunda, se ajoelha trás de mim e me abraça.
Bruxa Prateada  - Vamos Dragão. Seu futuro voltou a ser interessante. Não há mais luz nem seres brancos em seu caminho imediato. Só noite, escuridão.
Dragão - Bem. Então é hora de voltar a Fortaleza, ir atras de emprego e facu.
Bruxa Prateada  - É hora de voltar ao seu destino, o destino que abriu mão há alguns anos.
  Olhos de anjo me contemplam. Um sorriso de demônio me escarneia. 

sábado, 29 de março de 2014

Bruxos e Lobos

Esse texto é para maiores de idade. 


  Dois lobos se encaram no crepúsculo. Uma cinzenta, ágil, rápida, um pouco menor. Um negro. Grande, ameaçador. Andando em círculos, encarando um ao outro. A cinza ataca. Corta, rasga, morde. O lobo negro rir. Sua pele é cortada, ele sangra. Ele finge brigar, mas deixa a loba descarregar sua raiva.
  O pelo dela se cobre com o vermelho, vermelho sangue. Quando finalmente se cansa. Eles voltam a forma humana. A cinzenta se torna uma mulher magra, olhos escuros, cabelo cacheado e ele um homem negro, robusto, olhos mais negros que a noite. Ele a avança. A derruba na relva. cheira no seu ouvido ao seu seio. Ela rosna, se zanga, chuta, morde, se debate. Ele sorri e se afasta devagar.

  - Não vá...

  O sorriso dele se alarga, o sangue dele cai na boca dela... E ele a beija, com fome, com sede, com desejo, ela se debate, rosna, então coloca a mão na nuca dele e puxa com força para ela.

- Vem minha menina, vem minha loba. vem para seu lugar no mundo.

  Ainda rosnando, ainda com raiva. Ela sai de baixo do bruxo, e monta em cima dele, sente o membro dele duro, entrando. Oferece os seios a ele e quando ele começa a sugar. O sexo dele fica ainda mais duro. Movimentos rápidos. Fortes, o desejo guardado, a vontade contida, a noites longe um do outros. O desespero da solidão. Tudo vai embora em um profundo gozo. Ela deita no peito dele...
Ele rapidamente a gira, a coloca de quatro. Antes do gozo ir embora. Antes de ela notar o que esta acontecendo. Ele a penetra. Ela grita. Dor e prazer. Não é o bruxo que esta a penetrando. É o enorme lobo negro. Arranhando as costas dela, metendo com força, desejo. Ele morde o ombro dela. Movimentos fortes, cada vez mais rápidos. Ela uiva, grita, pede para meter mais forte. Então o gozo. Ele volta a ser um bruxo e ela se torna uma loba. Mesmo com o gozo ele continua duro e a loba começa a rebolar. Ele exausto fica parado enquanto ela rebola. 
Ambos são lobos. Em sexo selvagem, sangue, suor, uivos, gemidos. O perto do gozo voltam ambos a serem humanos, ele morde a própria mão e a coloca na boca dela, sangrando, enquanto bebe o sangue nas costas dela e mete mais forte, fazendo amor, bebendo o sangue um do outros. o gozo chega novamente. Ele cai. e ela vem para seu peito...
Ela fala.
- Vol...

Acordo com uma gata, de quatro patas, enfiando as garras em mim, na minha rede em Fortaleza...

sexta-feira, 28 de março de 2014

Correndo com os mortos

Fui levado ao tao jantar. Ela me deu uma carona de moto. Eu de terno, roupa social, e como premio de consolação fui pilotando a moto, uma linda ninja 1000cc... Mas quando chegamos no restaurante, quando ela desceu e me chamou. Eu fugi com a moto. Sim perdi o emprego...

Acelerei., quase bati ao sair do estacionamento.
O vento me chama, acelero. Preciso do vento.
Corro em direção a BR. Simplesmente preciso...
E então não há mais nada
Os carros, caminhões, ônibus
Todos estão parados para mim
Desligo as luzes da moto.
Danço entre os carros na saída da cidade
A la minguante ilumina minha estrada

Um trovão ao meu lado
Um fantasma
Uma blackbird preta

Insanidade
Já não importa.
Não sei o que quero, apenas correr.
Não sei o que sacrificar, pelos meus sonhos.
Não sei o mais, pelo que lutar...
Não sei, se vale a pena.

A outra moto me ultrapassa. Dois corredores insanos em meio a noite.
Meu devaneios, meus delírios...  Travam ao ver uma loba a margem da estrada.
Freio. A moto dança na pista, o pneu de trás levanta alguns centímetros do chão.  mal consigo parar sem cair.

Relembro um amigo, que em desespero por causa da ex mulher acabou morrendo em cima de uma moto, uma blackbird que parecia a encarnação do trovão...

Minha corrida me levou a uma praia, flexeiras, corri 137 quilômetros em menos de 40 minutos.

Só Vejo Você

Só Vejo Você
Tânia Mara




Mais um dia triste
Me pego outra vez pensando em você
Não dá pra evitar
O seu olhar me disse
Que ainda há tanta coisa pra se entender
Pra que controlar

Paz, é tudo que eu venho tentando encontrar
Mas, me vem a saudade fazendo lembrar

Tentei evitar
Tentei esquecer tudo o que me lembra você
Tentei não te amar
Mas olho no espelho e nada de me reconhecer
Só vejo você

Se bate um desespero
No mesmo instante o que eu quero é você
Pra me abraçar
Já não importa o tempo
Não tenho medo de me arrepender
Não vou controlar

Paz, é tudo que eu venho tentando encontrar
Mas, me vem a saudade fazendo lembrar

Tentei evitar
Tentei esquecer tudo que me lembra você
Tentei não te amar
Mas olho no espelho e nada de me reconhecer
Só vejo você em mim

Eu sei que mesmo que eu tente
Isso não vai passar

Tentei evitar
Tentei esquecer tudo que me lembra você
Tentei não te amar
Mas olho no espelho e nada de me reconhecer
Só vejo você

quinta-feira, 27 de março de 2014

Grito e Solidão

Dias assim são tristes
Não pelos dias
Mas sim por não te contar

O quão animada ficava
Quando eu conseguia uma entrevista
Adoro seu sorriso
Ao ouvir minhas histórias

Suas reclamações
Ao me ver comprando um pastel.
Você sempre diz que não são como os de SP...

Faltou você para comemorar...
O que me deixou sem nada...
Nada a comemorar...

Notas. Tive uma entrevista de emprego. Arranjada por uma garota com olhos de anjo e o sorriso de demônio. E terei que ir jantar, e somente jantar, com um amigo mui alegre a quem ela esta pagando um favor, pagando com minha pessoa. Nada é de graça. E quando se trata da minha aprendiz sempre sai muito caro... 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Silêncio o Solidão

Meu beijo te procura
Ao despertar
Minha mãos durante
O sono
Meu boa noite
Ao deitar

Minha mente vaga

Em sua direção durante o dia
Em cada riso não dado
Em cada história não contada
Em cada vez que chamo seu nome por engano

Droga, não tem ideia do quanto isso é comum esses dias


Então o mago encara o dragão e ele responde. Nada é tão ruim que não possa piorar... Ao olhar para o portão vejo o cadeado que a pouco estava trancado, caindo no chão. E uma garota com olhos de anjo e um sorriso demoníaco a me fitar... 

terça-feira, 25 de março de 2014

Solidão 02

Por que doe tanto
Não
Te falar
Como foi meu dia

Por que?
Doe até mesmo
Não brigar contigo
Ou você brigando comigo.

Um não falar
Mas um sentir

Decisões difíceis
Será um adeus...
Quem sabe até outros dia

Quem sabe...

Solidão

Caminhando sozinho
O telefone toca
Atendo?

Dessa vez não.
Cansado de pedir
De implorar
De rastejar.

Cansado
Doe esta perto
Doe mais ainda esta longe.

Mas o que fazer.
Quando a esperança.
Contraria o bom sendo.

domingo, 23 de março de 2014

Dragão de Olhos Negros

Depois de entrar em um ring com uma mulher e apanhar vergonhosamente, não bato em mulheres, mas como pragaram bem subi no ring para resistir 3 rounds. Bem depois as coisas ficaram cada vez pior, eu só queria usar os equipamentos de musculação e o saco de areia, mas nada é fácil. Depois de uma confusão ou duas um bom "amigo" soltou a frase que faria eu sair da academia.
Sacana - Te dou 500 para você acabar com ele aqui e agora?
Não tive tempo de responder, todos sabiam eu só luto por dinheiro, todos se reuniram, chamaram o professor, os outros alunos, afinal era um dos melhores alunos contra o cara que apanhou de uma mulher. Teria muito sangue e todos adoram um derramamento de sangue.
Eu - Aposte os 500 em mim. Estou precisando da grana
Sacana - Qual round?
Eu - Eu volto em 20 segundos
Sacana - EU APOSTO MIL NO SUICIDA. 

Vou para meu lugar no tatame, minha mente vou longe, para o dia em que meu mestre me ensinou o golpe que vinha praticando no ultimo mê.
Mestre - Use a base cavalo, as mãos ficam assim, observe esse é o movimento.
  Com a palma da mão ele acertava o saco de areia. Mesmo sendo um golpe violento o saco ficava perfeitamente imóvel. 
Mestre - Você deixa a energia que vem da terra percorrer o seu corpo, ela pode lhe dar toda a energia que você precisar, então mande para seu abdome, faça a girar e mande para a palma da sua mão no momento em que sua palma atingir o alvo. Isso não é para rasgar a carne ou quebrar osso. É para destruir orgão internos.

  Na mesma posição que o mestre me ensinou, a concentração, o movimento fluido. A Energia transborda, Diferente do que me foi ensinado e deixo a energia da terra entrar pelos meus pés e de luz entrar pela minha cabeça, quero mais energia, faço-a girar.
  O sacana recua um passo, ele pode ver, um dragão negro gira ao meu redor. Ele pode sentir meu desejo por sangue. A energia se transformar em escamas, as escamas em armadura.

O gongo soa.
Ele dispara em minha direção. Um direto de direita que desvio com minha mão esquerda enquanto golpeio o abdome dele com a a direita. Ele para. Como se tivesse atropelado uma parede.Recuo a mão direita e golpeio o joelho dele com minha mão esquerda, ele ainda não se move. Eu perco o controle da energia. Ela me engole. Sinto asas se desdobrarem das minhas costas. Miro o próximo golpe em seu coração. Acumulo a energia e então. O rugido, e a frustração ao ver um toalha sendo jogada. Meu oponente já vomita sangue e se contorce de dor. E eu estou exausto. Eu venci rápido, mas não conseguiria ficar em pé se lançasse o terceiro golpe. 

Ganhei o dinheiro, fiquei com o corpo doendo por uns dias, e não posso mais treinar lá. Algo sobre mandar outro aluno para o hospital em um treino amistoso...


quinta-feira, 20 de março de 2014

Visões de Perigo

Ao ler uma mensagem, uma visão me atingiu, ou seria imaginação, não sei, mas merecia uma poesia.

Uma loba
Uma raposa
A cinzenta
A branca

No corredor de um hospital
Cercadas por morte
E vida

Elas se cruzam
A loba sente seu cheiro
Deseja seu sangue.
Um banho de sangue (Algo sobre descobrir o quão doce é o gosto.)

Será que a raposa se deu conta
Que estar cercada por professores e colegas
A salvaram...
Que alguém tanto desejou seu sangue?

E que esse alguém nem era eu...

Lembranças

Noite fria
Chuvosa
A marginal aos meu pés

Em um prédio alto
De volta a São Paulo
Ao sobretudo
Ao posto de arcanjo

Um observador
Na escuridão
Olhando a luz

Da cidade que nunca dorme.


Notas:
01 - Marginal Pinheiros em São Paulo
02 - Arcanjo é código para a pessoa que ficava no alto de um prédio observando o local que minha equipe protegia.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Pólvora e sangue

De volta as armas
Ao cheiro de óleo e pólvora
De sangue e fogo

De novo o som tranquilizador
De tiros
Do cheiro pungente
Do medo 

Alguém ao longe grita FOGO

Não ha mais nada no mundo
Eu e quem quero matar
Eu e meu alvo.

O tempo para
Sou capaz de ver capsulas voando
Tão lentamente.
Quase como uma dança

Sem hesitação, sem duvidas
Apenas a vontade de matar
Cedo de mais a munição acaba
Cedo de mais tenho de parar
Cedo de mais a dor e o tempo volta a correr.

sábado, 15 de março de 2014

Estão estamos assim

Você já não come
Apenas bebe
Sozinha

Por orgulho, não me chama de volta
Por amor sofre
Definha.
Morre e lenta e dolorosamente

É mais fácil morrer
Que contrariar todos que falam
Para se manter longe de mim

E assim seguimos.
Tristes e sozinhos...

quarta-feira, 12 de março de 2014

Demônio de olhos azuis

O primeiro soco abriu minha guarda... E tirou uivos dos outros alunos.
O segundo quase apagou a luz dos meus olhos, se não tivesse caído o terceiro teria me nocauteado.
Há fúria, instinto assassino.
Aquele demônio me quer morto.
Uma inspiração forte, seguida de um chute.
Dor, ira.
Finalmente me levanto e começo a dançar. Mais socos, chutes, cotoveladas...
Mas dessa  vez o vento esta comigo, nada pode me tocar. Então algo explode na minha fonte.
O gongo soa, estou salvo por enquanto.
A gritos, desejo de sangue, desejo de me verem no chão.
Apenas o dinheiro me mantem em pé.
O gongo soa de novo, cedo de mais. Levanto os braço, e mais uma chuva de golpes.
Costelas, abdome, qualquer parte sem defesa é castigada. O vento sopra. Volto a meu estado sem pensar.
Apenas dançar. esquivar, girar, me afastar.
Mais uma vez o gongo.
Estou suando, muito, algo esta errado com meu corpo, não importa.
Cedo de mais de novo, a luta recomeça.
Um golpe e minha guarda esta aberta, meu braço esquerdo esta dormente.
O demônio rir e vem para o ataque final.
Um leve cair e um pé do caminho, ela cai, ela levanta. Só a morte em seu olhar.
Mais uma vez o gongo soa, meu sorriso é insano. A platéia grita urra eles querem sangue.
Mais uma vez o gongo. Vou até o centro do ring e grito, DESISTO.

Mais cedo no mesmo dia.
Bruxo - Já disse não luto contra mulheres, não nem mesmo sparing
Demônio -  Você é um covarde.

Ela caminha com calma e os outros alunos da academia o vaiam, por não aceitar a brincadeira.

Bruxo - Se eu perder. "Perdi para uma mulher", se eu te vencer "Venceu um mulher?" de todo jeito não ha sentindo, não ha ganho
Demônio - Você não vai bater, é só apanhar mesmo.

Ela se sente menosprezada e esta furiosa, a fúria brilha em seus olhos azuis.

O Sacana - 50 reais se você sobreviver ao primeiro round.
Bruxo - 100 se eu estiver em pé no começo do quarto?
O Sacana - Fechado. PESSOAL ELE VAI LUTAR!!!!!!!!

Gritos e aplauso, todos queriam ver o novato que usava o saco de areia apanhar da garota que treinava box a mais de 2 anos.

Bruxo - Eu não vou bater nela, sou vou sobreviver até o quarto ok, Não vou socá-la.
O Sacana - O caixão é seu.

Queria dizer que fui heroico, valente, esperto. Queria. Apanhei por 3 rounds e sai com 100 reais, uma passada na enfermaria e o corpo todo dolorido, sem falar em um demônio de olhos azuis que me quer morto... Mas o peso dos 100 reais no bolso é reconfortante...



terça-feira, 11 de março de 2014

Batalhas

Um lutador solitário... Socando um saco de areia.


Não há som
Não há dor
Não há mais nada

Ele orbita em torno do saco de areia, socando, chutando, girando.

Socos carregados de dor
Chutes fúria
De tristeza
De gritos em silêncio

Sangue nos punhos
O mundo gira rápido como o vento
Tudo se torna um borrão
Só existe o guerreiro e o saco de areia

Só existe o dragão e seu reflexo a quem ele culpa por tudo...

domingo, 9 de março de 2014

Meditação

Em uma casa qualquer, tenta acalmar a mente, meditar. Seu guardião a sua frente, um dragão negro, perde a paciência e o ataca, arrancandou de seu corpo físico. O mago parte em rumo ao céu. Em direção ao seu coração. Em direção a Goiânia.

Uma loba rosna quando entro em minha antiga casa
Se irrita quando faço carinho em sua orelha.
Resmunga "eu não sou uma cachorra", mas parece uma pouco menos triste com o carinho...

Então você.
Deitada.
Com dor
Com medo
Solidão.

Um mero fantasma senta na ponta da cama.
Você me percebe?
Deito na cama, como tantas vezes antes
Te abraço por trás. Você até mesmo ajeita o corpo para se encaixar no meu...

Sinto seus sentimentos confusos
Sinto seu sangue derramar...
Sentimentos confusos.
Cheiro seu pescoço...

Você chora baixinho.
então...

Estou de volta ao meu corpo. Estou chorando. E alguém pedindo desculpas por ter derramado café em mim e que não era coisa para chorar...


sábado, 8 de março de 2014

Nostalgia

De coisas bobas como você...
Fazendo caretas.
Do seu rosto sério trabalhando

Da sua voz suave
Que acalmava até mesmo o vento
De te esperara chegar de viagem...
"Bem vinda ao lar..."

De esquentar leite a noite
Do cheiro do seu pescoço
lembra... Quando eu cheirava
da sua orelha ao seu colo...

De nunca concordarmos com nada
Do seu jeito de menina quando deitava em meu peito.
De te ver dormindo.

De avançar em você...
Desejo, sede... fome
de você...

Do nosso prazer...
De nossas brigas
De poder esticar a mão e te tocar...

Olhos negros

Olhos negros
Como a noite
Voz suave
como o vento

O corpo...
Delicioso
como o luar

Minha noite
Munha escuridão...
Minha loba
Minha luna...

quarta-feira, 5 de março de 2014

O bêbado e a loba

Existem vários tipos de bêbados.
Dos tristes aos alegres.
Dos depressivos aos valentes.
Em dias como hoje, prefiro um canto escuro em que ninguém me veja
Em que eu não dê trabalho a ninguém

Prefiro minha bebida forte
Sem pretextos sociais
Apenas a vontade de esquecer
Apenas o álcool a me derrubar

Um canto escuto em que ninguém me veja.

Então mais uma vez meus pecados me perseguem, meus erros. minhas hesitações. Seus olhos.
São laminas que me ferem, que não me deixam dormir, que me lembram de você...
Há minhas doces mentiras, que evitam discussões, que nos afastavam
Há meu medo de te contrariar, meu medo de te perder...
Me fez muitas vezes te dar o que você dizia querer e não o que precisava
Há o apego o medo que me cegava de te abraçar quando você dizia não querer, ou dava a entender não querer...
Há meu amor. Você era minha droga, não precisava de motos, computadores, livros, eu tinha você e me sentia feliz e completo... Um erro, ou melhor o modo como reagi é que foi. Perto dessa felicidade me acomodei. Para quer trabalhar se eu já tinha tudo que eu desejava... Para quer lutar... Há chegava tão perto da perfeição que qualquer desagrado era tempestade. Qualquer desagrado era ódio, qualquer pequeno sentimento se tornava tão forte... Como se eu procurasse defeitos no paraíso...
Hoje essas ódios se tornaram tão insignificantes... Tão triste ainda ter o amor mas perder o convívio.
Então o fim, então a solidão. Então a raiva verdadeira, então sentimentos que não experimentava nessa magnitude a tanto tempo... A então mais mentiras, infantis, então a solidão.

Bebi o bastante para a  loba branca aparecer a minha frente. Seus olhos verdes me dizem que estou perto do fim. Viro o resto da garrafa.. A bebida escorre pela minha boca, garganta, peito. Então a escuridão me abraça.

segunda-feira, 3 de março de 2014

O Mago e o Dragão 2

Um mago bebe sozinho em uma cabana distante. Enfrentando seus erros e seus demônios. A frente dele seu guardião que essa noite prefere se parecer com ela, como uma imagem em um espelho...


Dragão - Tão sozinho... Tão tolo... Pensou que poderia ter uma família e agora como sempre só tem a solidão. Onde estão todos?
Mago - Minha mestra... Com a família dela... Meus amigos com suas esposas, o que eles fazem muito bem...
Dragão - A pratiada, a raposa e a loba?
Mago - Isso parece o começo de uma piada ruim...

Um longo gole de cerveja. A cabeça baixa... Um mago sentado em um canto escuro da cabana.

Dragão - A piada ruim já estou vendo na minha frente
Mago - A pratiada sumiu há 2 anos. Deve esta se divertindo as custas de alguém. A raposa perdi o contato, sem e-mail, telefones, endereço para sinal de fumaça. A loba. Ela tem saudades, mas algum tempo se passará antes de nos vermos, se é que algum dia voltaremos a nos ver...

Outro gole, as garrafas se acumulam ao redor do mago...

Dragão - Não fomos feitos para famílias. Você tentou e olhe a coisa patética que se tornou. Não deve conseguir atirar em alguém a mais de 2m de distancia, uma criança caolha deve ser o suficiente para te matar e não precisa nem estar armada. Onde esta a sua fúria, a sua magia, a sua escuridão?

Outra garrafa seca, essa se espedaça na parede.

Mago - Tentei trancá-las, suprimi-las, ocultá-las. No fim menti para mim e para os outros...
Dragão - Tentou ser o que não é. E teve o que mereceu...
Mago - ...

O mago cai inconsciente em cima das garrafas... 


A Loba e o Dragão

Uma loba correndo pela floresta. Uma sombra a persegue.
Rápido, implacável, ela sente as presas em seu pescoço antes de ver o outro lobo.
Eles rolam pela mata. Presas e sangue, garras e lambidas
Um luta, uma dança, uma conquista.
Eles finalmente param perto da praia.
Na saída da floresta... O lobo completamente negro a encara calmo. triste, se despedindo...

Eu te liberto minha lobinha
De minha mentiras
De minhas verdades
De seus deveres
E suas promessas

A minha doce lobinha
Minha noite 
Minha escuridão

Viva como desejar
Morra como lhe aprazer
Viva com as consequências de suas escolhas
Não vou mais lhe impor o meu querer ou meu desejar

Você é livre para caçar quem quiser.
Deitar com quem quiser
Ser feliz como quiser.

Serrei apenas uma sombra. A escuridão. Por algum tempo nossos corpos não se encontrarão. Sempre pode me buscar em sonhos sabemos o que sentimos, eu fiz coisas ruins  e sua protegida tem medo. A tempestade chegou e eu não fui cuidadoso. Com uma risada quente que quase queima novamente o fucinho da loba o lobo negro se desfaz em sombras... Se torna uma dragão...  Some na noite...


"Finalmente as correntes se rompem, o lobo não atacou a loba e sim as correntes que a prendiam. Ela esta livre das promessas que fez a ele, da lealdade, de qualquer compromisso... O que ela fará?"

domingo, 2 de março de 2014

Nada contecerá

O tempo esta parado
Nada começará
Nada terminar

Sinto meu passado
Me atormentar
Meus erros
Retornar

Meu dragão a me acompanhar
A escuridão a me circundar
A luz a me abandonar...