domingo, 26 de maio de 2013

Despertar

O corpo reclama, a mente nublada, os grilhões suspendem vários corpos a centímetros do chão. Uma cela escura, suja, apertada. Prisioneiros ou carne pendurada em ganchos, difícil diferenciar.
O grupo de aventureiros se veem nus, machucados e amarrados, a frente deles uma senhora de aparência detestável fala em uma voz aguda esganiçada.
- Por favor, comam, vocês precisam se alimentar... Em voz mais baixa, quase um sussurro. - Morram por mim, por minha beleza, morram por mim, meu mestre vai adorar tantas oferendas, tantos, mas apenas um por dia, apenas um...
Ela oferece comida de aparência repugnante a um dos presos.
- Não comam. -Uma voz ecoa na mente de todos, a voz do andarilho. - Se comerem se tornaram morto vivos antes de lembrarem dos próprios nomes.
A velha tenta empurrar uma tigela na boca de um dos aventureiros, que trinca os dentes, enquanto uma chave flutua até a fechadura de um dos grilhos... Um click, um corpo no chão.
Uma velha grita, saca uma adaga e revela um rosto apodrecido. Um rosto de uma morta viva.

sábado, 25 de maio de 2013

Andarilho

Um andarilho vaga em meio ao acampamento.
Olhando com tristeza esses guerreiros do verão.
A felicidade prestes a desmoronar...
Os momentos que antecipam o desespero de não morrer.
Caminhando, julgando, escolhendo.
Alguns deles serão salvos, alguns em meio a mais de 10 mil espadas.
Apenas alguns...
E mesmo os que sobreviverem serão caçados, despedaçados, verão tudo que amam morrer, e voltar para matá-los...
Hoje a noite os vivos são maioria nesse reino, amanhã...

Os barris de cerveja foram envenenados, logo a magia farfalhará para magos e clérigos.
O vento cala. Tudo é silencio, a lua se vai junto das estrelas, as fogueiras se apagam.
GRITOS... O veneno transformou os que beberam em mortos vivos, um poderoso ritual foi ativado, quase toda magia está falhando neste campo.
Então os toques de guerra, os poucos lúcidos lutam, morrem, e voltam para matar os amigos. Um grande rugido rasga o céu.
Poucos ainda lutam, a maioria dos que ainda estão vivos, recuam cada vez mais próximo do andarilho.
Um anjo de asas negras toca o solo. Outro rugido, mas dessa vez vem da terra. Todos os mortos do campo levantam, todos que já morreram naquele campo. Infelizmente  não eram lentos, não eram estúpidos...
A espada nas costas do mago emite um brilho intenso, os olhos dele se tonam chamas azuis...

VOCÊS PODEM SE TORNAR MORTOS VIVOS AQUI E AGORA, OU PODEM ME AJUDAR A VENCER ESSA GUERRA A OUTRO TEMPO E EM OUTRO LUGAR...

A luz se estingue e todos os que aceitarem somem deixando apenas os itens mundanos para traz.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A margem da fogueira...


Uma noite qualquer... Um grupo sentado ás margens de uma fogueira.
Um mago sentado há alguns metros do circulo de luz, com uma longa espada de duas mãos amarrada as costas e longo cajado de sorveira brava deitado sobre as penas observava a mata alheio aos outros membros do grupo e sua algazarra.
- Um cavaleiro quase nos matou – Comenta o guerreiro.
- Quantos estão escoltando a garota? – Pergunta o clérigo.
- Dois cavaleiros negros, uma dúzia de soldados a pé. – Diz o mago.
- Impossível. Não há nada que possamos fazer. – Comenta o arqueiro.
- Fico na primeira vigília, amanhã irei resgatá-la. – Diz tranquilamente o mago.
- Você não estava escutando? Não há como vencermos.  – Fala o guerreiro.
- Sim, escutei. E irei resgatá-la amanhã. Ela é minha vida.
- Romântico e tolo. Fala o clérigo.
- Não. Eu deveria morrer pouco tempo após o nascimento. Porém uma sacerdotisa vinculou a minha vida a dela como pagamento por ter me salvo. Quando ela for morrer... O golpe que deceparia sua cabeça decepará a minha, a flecha que atravessaria o seu coração atravessará o meu. Não importa onde ela esteja, onde eu esteja. E se por acaso ela estiver presa, sendo torturada o que acontecerá?... O torturador a matará duas vezes.
 O silêncio...
Cada membro do grupo começou a pensar noquê fazer quando o sol chegar...
Cada um menos o mago. Ela a odeia por ter sua vida ligada a dela, a odeia por seus pais terem morrido por ela. Por suas escolhas tolas, por seu heroísmo clichê. Por ela nunca fugir, por ela nunca se curvar... Mas acima de tudo por ele não ter opção. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Aprender

Como dar o que não se teve
Como se conviver quando se é
Sempre foi... Solitário,,,

Como amar...
Como deixar alguém amar?

Paz e solidão.
Silêncio e solidão
A quietude e a solidão...

Agora não mais solidão...
Agora eu me perdi...

domingo, 12 de maio de 2013

Goiânia

Finalmente em Goiânia
Se você é educado com uma mulher "Você quer comer"
Se é educado com um homem "Você quer ser comido"

Tristemente em Goiânia
O que eles chamam de metrô, é ônibus.
O que eles chamam de TREM.  É qualquer coisa que eles esqueceram o nome.
De lerdo? Eu não faço ideia mas as meninas costumam chamar os namorados assim por aqui.

Infelizmente.
Aqui você vai no parque vaca brava,
Vai beber no bar vaca louca...
E o atendimento... Prefiro não comentar.

Em resumo quem veio de São Paulo para cá...
Gosta na primeira semana, fica entediado na segunda...
E tem aspiração a fugitivo na terceira.

Não vou dizer que amava São Paulo... Mas comparar Goiânia com lá é quase como comparar Brasilia a aqui... Triste, ainda bem que fico um ano no máximo dois.