quarta-feira, 5 de março de 2014

O bêbado e a loba

Existem vários tipos de bêbados.
Dos tristes aos alegres.
Dos depressivos aos valentes.
Em dias como hoje, prefiro um canto escuro em que ninguém me veja
Em que eu não dê trabalho a ninguém

Prefiro minha bebida forte
Sem pretextos sociais
Apenas a vontade de esquecer
Apenas o álcool a me derrubar

Um canto escuto em que ninguém me veja.

Então mais uma vez meus pecados me perseguem, meus erros. minhas hesitações. Seus olhos.
São laminas que me ferem, que não me deixam dormir, que me lembram de você...
Há minhas doces mentiras, que evitam discussões, que nos afastavam
Há meu medo de te contrariar, meu medo de te perder...
Me fez muitas vezes te dar o que você dizia querer e não o que precisava
Há o apego o medo que me cegava de te abraçar quando você dizia não querer, ou dava a entender não querer...
Há meu amor. Você era minha droga, não precisava de motos, computadores, livros, eu tinha você e me sentia feliz e completo... Um erro, ou melhor o modo como reagi é que foi. Perto dessa felicidade me acomodei. Para quer trabalhar se eu já tinha tudo que eu desejava... Para quer lutar... Há chegava tão perto da perfeição que qualquer desagrado era tempestade. Qualquer desagrado era ódio, qualquer pequeno sentimento se tornava tão forte... Como se eu procurasse defeitos no paraíso...
Hoje essas ódios se tornaram tão insignificantes... Tão triste ainda ter o amor mas perder o convívio.
Então o fim, então a solidão. Então a raiva verdadeira, então sentimentos que não experimentava nessa magnitude a tanto tempo... A então mais mentiras, infantis, então a solidão.

Bebi o bastante para a  loba branca aparecer a minha frente. Seus olhos verdes me dizem que estou perto do fim. Viro o resto da garrafa.. A bebida escorre pela minha boca, garganta, peito. Então a escuridão me abraça.

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