quarta-feira, 29 de abril de 2015

Circulo de Marés

Uma mago em uma praia. Um ritual de purificação. De cura. De Fim, de incio.

A fogueira ao norte
Venha fogo, ao meu convite, vamos brincar
O vento ao sul
Se manifeste vento, sempre presente, hora de dançar
O mar ao leste
Venha água
O velho mar de minha infância
A terra do oeste
Hoje te preciso.
Luz
E escuridão. Minha doce e eterna escuridão...


Armas e armaduras podem ser reparadas
Espadas podem ser afiadas
Mas feridas no corpo
Rasgos na alma
Esse precisam de tempo para serem saradas

Magia a crepitar
Cortes a fechar
Sangue ao meu redor flutuar

Mas as feridas da alma
Essas tão cedo não irão sarar
As sombras a me cercar
Escuridão a me afogar

A noite a me guiar
Dor, solidão e desespero a me abraçar
Estou me afogando em trevas
Estou me perdendo 

Então a lua reinou no céu noturno
Seu brilho reverberou em minha magia
E de novo consigo me mover. 

Aos poucos todos elementos estou a libertar.
O vento porém nunca muito a se afastar
E a escuridão apenas ao meu coração retornar

As feridas estão um pouco melhor. Os cortes pararam de sangrar e a alma aos poucos a se recuperar...



terça-feira, 28 de abril de 2015

Vitórias

Vitórias e caminhos
Mais um semestre se indo
Cajados, espadas e tempestades em meu caminho

Aprendi  sobre cálculos e as estrelas. (Com um mestre louco que quase me deixou insano)
Sobre gerir e destruir (Com um grão mestre ladino, que me ensinou a sonegar, lavar e escapar)
Sobre a luz, o raio e o trovão controlar  (Com um arquimago que nunca quis nada ensinar)
Sobre moldar e desmoldar (Com um mestre Artífice que insiste em dizer que seus outros aprendizes cagam aço de melhor qualidade e melhor formato que os meus trabalhos... Ele estava certo, provavelmente mas eu passei. Afinal magos reconstroem a realidade ao falar... )

Sobre cálculos intuitivos
Sobre o valor de não se dizer
Sobre o preço, de o melhor ser
A solidão e o meu ser

Aprendi sobre conquistas, vitórias e retorica
Nada é fácil, nada é de graça.
Paguei com dor, suor, saúde, tempo e sangue

Agora...
Hora...
De afiar espadas, preparar porções
Conseguir um novo cajado, um novo manto.
A batalha foi vencida. Mas a guerra apenas começou...

Full Metal

Em toda faculdade existem aquelas cadeiras completamente inúteis, tá a nobre arte da artificiaria deve ser útil para outrem, mas não para esse mago. Que tem tanto talento para moldar metal quando para declamar poesias em japonês. Mas como é cadeira obrigatória da faculdade aqui estou. Na ultima prova do semestre sem a minima ideia de como passar.

Uma voz a me dizer. Você é um mago. Es capaz de molda a realidade ao falar...

O mestre artífice olhou para os aprendizes. Para a prova final, desejo armas dignas de heróis.

A Tal produz  duas adagas com lâminas decoradas com filamentos de prata, Wag uma bela lança ornada com diamantes negros, Raf uma delicada espada de ouro e assim por diante. O mago produz uma chapa de aço negro de 30 centímetros de largura por dois metros e meio de comprimento com um cabo tosco. Uma espada montante.

Mestre Artífice - Meus estagiários cagam aço de melhor qualidade que essa espada e com formato melhor.
Kamui - Mestre não sabia que o senhor gostava de apreciar tais produções. Devem ter aprendido muito com o senhor (O que era uma ofensa velada, ou quase...)

Uma veia na testa do mestre começa a pulsar um sinal claro de perigo. Pena que eu ignorei.

Mestre desafio a todos os outros aprendizes em combate. Usando essa espada não perderei para ninguém. Ela é digna de um herói. Hércules eu diria. Brutal, e funcional. Uma espada que mataria um cavaleiro, seu cavalo e uns três escudeiros com um golpe só.

Mestre - Aceito. Vocês cerquem esse pretenso mago e esmaguem ele e essa coisa horrenda que ele diz ser uma espada.

Cinco aprendizes de mago me cercaram. Com suas belas armas, seus sorrisos vitoriosos, suas esperanças de excelentes notas. E a inocência de quem nunca lutou de verdade.

Kamui - ESPEREM.

Todos param e me olham. Discretamente levanto a mão  a chuva começa ao meu redor, sem nunca me tocar e um corrente de luz desceu do céu.
O meu grito fez todos me olharem. Três ficaram cegos com o clarão de luz, que veio primeiro. Um ficou atordoado com o trovão que se seguiu. Mas a Ta Avançou. Suas adagas eram ligadas por uma delicada corrente de prata. Se o vento tivesse se calado ela teria me capturado. Mas o vento sempre sussurra em meu ouvido. Em instantes ela enrolou a corrente ao redor da espada e não de mim. Meu próximo movimento. Suave e delicado. Apenas liberei o raio que tinha chamado para cega e atordoar na espada. . Prata é um ótimo condutor de eletricidade e então ela caiu. 

Mestre - Você não usou a espada. Você apenas a fincou no chão.
Kamui - Discordo humildemente mestre (de modo nada humilde)
Mestre - Como exatamente usou a espada?
Kamui - Como escudo, como chamariz, como condutor e principalmente como apoio moral. (O que era uma mentira, mas uma mentira plausível.)

Sai relativamente feliz comigo mesmo. Podia não ter passado na cadeira. Mas me diverti.

Mestre - Seu filho de $%$¨$¨. Seu %$¨$%&, %$¨$%¨$% $, %#$%$#, desgraçado.
O mestre tem pulmões que deixaria um estivador bêbado admirado.

Mestre - Lembre-se mago eu ainda não decidi sua nota.

Sai quase feliz. Mas que se dane. Os efeitos da magia elétrica ainda cobram um alto preço no meu corpo mas a batalha sempre me anima.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

K3

Teu sorriso a me olhar
Teus olhos a me sorrir
Teu andar a me encantar
Teus lábios
Doces mentiras a proferir

Suas verdades e inverdades
Seus olhos e seus olhares

Seu doce bailar
Com o vento a me desconcentrar

Uma pena...
Sou apenas mais um que você tenta conquistar

Meu coração é negro
Minhas intenções impuras
E minha alma queima em chamas negras

Não me curvo a nenhum homem
Não me ajoelho perante nenhum deus
E certamente não será você a me quebrar...

Cajado e Espada

Dançando com o vento
Cortejando com o fogo
De batalha em batalha
De tentativas e erros

A espada, sem nunca descansar
O cajado, magias a conjurar
o mago, sem nunca recuar

Não há descanso
Não há retirada
Não há misericordia

domingo, 19 de abril de 2015

Everlong ( Por muito tempo )

Essa é uma noite para escutar musica. Sozinho enquanto contemplo o mar. Bebendo uma cerveja enquanto o mar me olha de volta. Uma noite para compor. Um motoqueiro solitário. Uma sombra mais escura que a noite...





Por muito tempo andei pela noite
Me perdendo em lembranças
Não mais....

Por muito tempo
Olhei para trás
Caminhando sozinho

Por eras essa dor sussurrou seu nome
Por eras essa vazio em meu peito gritou
Por tanto tempo...

Tudo que eu me perguntava
Era quando esse vazio vai?...
Se vai passar?

Ainda por muito tempo
Suas lembranças serão fractais de poesias 
Mas a dor se tornou parte de mim
Seu rosto se perdeu, sua voz evanesceu 

Perna que pela ethernidade
Não serei capaz de esquecer o cheiro teu...
Tão meu...






quinta-feira, 16 de abril de 2015

Gray

Mais m dia de chuva
De um triste vento
A me levar
Mais um dia cinza

Então nossos olhos a se encontra
Nenhum sentimento a despertar
Nada fora do comum contatar

Há provocações
Sutis, divertidas, interessantes
Há um certo desejo

Mas parecem cinzas
De um fogo extinto


E assim passamos nosso tempo. Provocar, olhar, mas sem para um caminho juntos avançar...

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Me afogando

Só tem ideia da imensidão do mar aqueles que já se afogaram.

Desespero
Falta de ar
Estou me afogando

Em lembranças
De todas as vezes que você, mesmo deitada ao meu lado me rejeitou
De todas as vezes que eu quis estender a mão e não fiz
De todas as vezes que eu pensei. Apenas essa noite não quero ouvir seu não
De, em algum lugar, ter desistido de lutar.

Estou me afogando em escuridão
Meus pulmões a queimar
Com palavras não ditas
Meus ouvidos a estourar
Com respostas as perguntas não feitas

Já nao consigo falar
Respirar
Ouvir
Até a dor está a me abandonar
O mundo as trevas retornar

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Ash

Um dia cinza
Para um coração escuro
Em uma terra de luz

Um mago a apreciar o mar
Um solitário, perdido
No passado a pensar

Um dragão contemplando o luar
Soturno, sábio, decidido
O futuro, pelos cainhos do vento, sondar...

Chamas negras
Em seus olhos a brilhar
Do que se interpor em seu caminho
Nem cinzas sobrará...


terça-feira, 7 de abril de 2015

Cinzas

O mago aceitou o convite da bela para dançar.
A tristeza dele fazia companhia a solidão dela.
Tão próximos...
Com olhares tão distantes

A noite se foi
O amanhã chegou
Eles ainda no leve bailar

Mesmo quando a musica
Parou de tocar

Então aos poucos
O mundo se refez
O encanto se desfez

Ele a beijou... Ela o aceitou...
O fim ideal para uma bela noite?
Quem sabe. Mas foi um fim.
Ela  estendeu a mão... O convidou
Ele recusou...


A dama era bela, tinha lindos olhos, um corpo apreciável. O suficiente para um dia de prazer.  Mas não seria terrível? Viver cercado pelo puro e agudo vazio das coisas, das pessoas apenas suficiente?Por mais bela que a dama fosse... O seu beijo tinha o gosto de cinzas... O mago viu que ela se encantou pelas mentiras que ele demonstrou nos últimos meses. Pela educação suave. Pela calma quase servil, pela delicadeza ao falar... Bem dane-se. Eu quero alguém ao meu lado capaz de fazer o mundo queimar...

"Se não for completo não á razão de manter o seu existir sob meu olhar"  
Feiticeira Branca

quinta-feira, 2 de abril de 2015

O mago e a noite

Ao sair da faculdade o mago anda com calma pelas ruas da cidade. Sem pressa, sem destino. A magia ao seu redor o torna intangível, invisível.  O mago encontrava-se naquele ponto em que a dor e a saudade se tornaram como uma droga, tão familiar que a agonia tornara-se tolerável, quase confortável. Quase... E em noites assim ele caminhava. Havia apenas o silêncio, sem choros ou lagrimas, sem gritos ou gemidos. Havia silêncio. em seu coração, de seu guardão. Havia apenas a musica do silêncio a margem do mundo, a margem do tempo.

Caminhando pela noite
Sem sua adaga
Sem sua capa
Sem espadas nem cajados

O vento a lhe guiar
A lua a lhe proteger
A noite a percorrer

A flama de meu ultimo cigarro
Preste a evanescer

Um coração que já não consegue mais bater
Uma alma que já não tem mais o que escurecer
Um dragão que não tem mais nada a perder
Um sorriso cansado que não costuma mais aparecer

Um mago
Um Dragão
Um triste ser
Que não consegue te esquecer