quinta-feira, 2 de abril de 2015

O mago e a noite

Ao sair da faculdade o mago anda com calma pelas ruas da cidade. Sem pressa, sem destino. A magia ao seu redor o torna intangível, invisível.  O mago encontrava-se naquele ponto em que a dor e a saudade se tornaram como uma droga, tão familiar que a agonia tornara-se tolerável, quase confortável. Quase... E em noites assim ele caminhava. Havia apenas o silêncio, sem choros ou lagrimas, sem gritos ou gemidos. Havia silêncio. em seu coração, de seu guardão. Havia apenas a musica do silêncio a margem do mundo, a margem do tempo.

Caminhando pela noite
Sem sua adaga
Sem sua capa
Sem espadas nem cajados

O vento a lhe guiar
A lua a lhe proteger
A noite a percorrer

A flama de meu ultimo cigarro
Preste a evanescer

Um coração que já não consegue mais bater
Uma alma que já não tem mais o que escurecer
Um dragão que não tem mais nada a perder
Um sorriso cansado que não costuma mais aparecer

Um mago
Um Dragão
Um triste ser
Que não consegue te esquecer



Um comentário:

Lucí disse...

Acho que sofro do mesmo mal desse mago. Ao menos o mago tem a liberdade de ir e vir..