segunda-feira, 12 de maio de 2008

Chuva

Uma garota sentada na calçada, um vestido de festa, um corte no ombro, uma chuva cruel. Como quem chora, como quem espera... Um motoqueiro vindo devagar, encharcado, cansado. Bravio...

- A noite não lhe foi gentil senhorita?
- Só o que me faltava um idiota para me dar uma cantada barata...
Tiro a capacete...
Um misto de sorriso e raiva, quem sabe furia e desejo...
- Esta atrasado.
- Me disseram que seria as 22:00
- Foi as 20:00.
- Disse sim?
- Se tivesse dito sim estaria na calçada tomando banho de chuva?
- Sobe na moto.
- ...

Uma casa de serra.
Uma lareira acesa.
Um vinho
Dois corpos nus.

Desejo, carinho, sexo
Amor?
Quem sabe.

Ela acretida que sim
Eu tenho certeza que não


Agora ja é de manhã. Minha insônia vem me visitar.
Um cigarro. Minha solidão. Alguém que acha que me ama ainda dorme...
Por mais que me force, não consigo ligar para o que ela sente.
Por mais que queira não consigo me importar...
Não a amo, provavelmente apaixonado, nada mais.
O corpo cansado, a mente torpe...
Brincando com os sentimentos...
Buscando a noite...
Quem saiba eu só não saiba para onde ir
Quem saiba eu apenas não tenha forças para ir...

Como diria o philosopho
A sua liberdade termina onde começa a de alguém mais forte...

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa! Isso beira à crueldade, "Vento". Mútua. Mas é um conto lindo!

sel disse...

Adorei seu conto...veridico ou não..porque pernaneces nesse enlaço...?