segunda-feira, 21 de abril de 2014

Dançando com o vento




Em um piano bar. Dois primos tentam se divertir, em um acordo silencioso de tentar esquecer. Um com bebida e musica o outro com qualquer mulher que conseguir... Ha risos discretos. Ha uma comemoração ,um tanto melancólica, do fim da esperança, o fim da espera por algo que não virá. Então uma mão é estendida em minha direção. Um convite silencioso de olhos que eu já vi. Só não lembro onde... Meu primo "sussurra", alto o bastante para os mortos escutarem. Se você não for, vou eu. Um olhar frio como gelo o fez lembrar de voltar a agarrar a garota que já estava com ele.

Dançamos baladas tristes
A primeira
Eu era uma pedra
E ela, um colibri

A segunda
E eu era uma pedra rolante
E ela, folhas de outono

Na terceira, refrão de bolero...
Eramos folhas 
Ao sabor do vento
Em uma melodia baixa e triste

E assim a noite seguiu
Sem palavras
Sem desejos
Apenas folhas ao vento

Ao final a beijei na testa, por algum motivo uma lagrima marcou sua face. E como o vento me afastei. Ela me segurou e disse algo que me fez sorrir.

- Naquela noite eu buscava um poeta e não um calculista...

Noites atras eu escrevera uma poesia sobre ela, sobre uma garota de olhos claros, para um conhecido tentar conquistá-la, aparentemente havia dado certo...

- Eu não sou um poeta, no máximo um andarilho errante, um vagabundo... E você merece alguém melhor. Eu só tenho tristeza, ódio e dor para compartilhar.
- E se eu disser que gosto do que vejo, que quero me arriscar...?
- Nem eu gosto do que vejo mim mesmo então você dificilmente o faria. Você talvez goste do que imagina ver. 

Com essas palavras eu virei a costas e voltei a solidão e a minha linda lua...


Um comentário:

Unknown disse...

Olha a oportunidade chegando aí. Aproveita.